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sexta-feira, 11 de junho de 2010

"Caí. Rastejei pelo chão molhado com a chuva a tocar-me nos ombros largos. Gota por gota. Tentei levantar-me, mas perdi as forças. Não consigo ir buscá-la a lado nenhum.
Porquê? Bastava pensar em ti e conseguia fazer tudo. Agora já não. Sinto-me inútil.
Fui-me abaixo, como nunca. Não vejo sentido em nada, não vejo nexo nas relações, nas amizades. Resta-me o nada, tudo se foi.
Vou fugir - penso todos os dias - Agarro nas minhas malas e começo de novo. Mas como? Vou voltar a cair.
Já pensei mil e uma vez em comprar o bilhete de ida e ir ter contigo, esqueço-me que não há retorno - não me importo de não me lembrar desses promenores.
Baixei os ombros, quis terminar a luta, render-me à dor que vai cá dentro. A chuva intensa continua a cair e eu cada vez me sinto mais inútil, mais incapaz de fazer o que quer que seja.
Eras tão forte. Queria tanto ser como tu. Guerras e guerrilhas, ultrapassaste tudo. Dores insuportáveis, três motivos para que sobrevivesses e lutasses. Não caíste.
Disseram-me que eu tinha raça, que era como tu - orgulhei-me e achei que te orgulharías também, se o soubesses. Acreditei!
Estás longe, tão longe...
Quando voltas? Nunca voltas, és o omnipresente que marca mais presença nos meus dias.
Nunca me esqueço de ti. É o nosso sangue.
Preciso de ti agora mais do nunca. Volta, por favor, volta."


Nélia de J. Saraiva
 


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